sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

E o que é saúde para você?


Quando pensamos em saúde, a primeira coisa que nos vem à mente é a ausência de doenças, um corpo “limpo” de males físicos que de alguma forma impossibilitam, limitam, a vida de uma pessoa. Contudo, a complexidade característica do ser humano nos mostra que tal homem não se constitui exclusivamente da parte orgânica, mas também psíquica, social e espiritual, partes estas que merecem um olhar quanto à saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como “completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não apenas ausência de doença”, e a Constituição Federal brasileira afirma que a saúde é um direito e é um dever do Estado garantir saúde para todos, com a participação da comunidade, garantindo uma qualidade de vida e saúde igualitárias para todos. Assim, o Estado deve ter políticas públicas para Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde.
Pois bem, vejamos alguns fatores que determinam e influenciam diretamente a saúde de todos:
·         Alimentação
·         Moradia
·         Saneamento
·         Meio ambiente
·         Trabalho
·         Renda
·         Educação
·         Transporte
·         Cultura/Lazer
Pensando neste ser humano influenciado por diversos fatores para que haja a saúde, cabe perguntar: como está sua alimentação? Tem sido garantida, e de qualidade para a promoção da sua saúde? E a sua moradia, está de acordo com a promoção da sua qualidade de vida? Tem saneamento? É um local em que você pode usufruir de áreas verdes, um meio ambiente que estimule maior bem-estar físico e mental, ou diminuição do stress causado pela rotina de vida? Seu trabalho está causando prazer ou desprazer? Tem transporte adequado e uma renda condizente com suas necessidades? Está tendo acesso à educação, cultura e lazer de forma a desenvolver um crescimento pessoal e qualidade de vida?
Apesar de ser apenas um esboço, caso tenha respondido “não” a alguma das perguntas feitas acima, saiba que sua saúde já está sendo comprometida em algum nível da vida que é tão importante quanto à saúde orgânica, mas que infelizmente a sociedade não dá o devido valor.
Imaginem um corpo onde seus órgãos estão inter-relacionados: se um deles falha, todo o resto ficará comprometido. Se por acaso o pâncreas não exercer sua função adequadamente, a parte digestiva e hormonal ficarão comprometidas, influenciando, por exemplo, o intestino, o sangue e outras funções do corpo. Logo todo o corpo estará comprometido. Assim é para todos os órgãos: coração, fígado, etc. Agora, pense no ser humano como um todo, como um “corpo” composto de físico, mental, social e espiritual, todo inter-relacionado. Se um desses “órgãos” não está funcionando adequadamente, todo o resto estará comprometido.
Para terem uma ideia do que estou falando, até a cidade em que vivemos influencia nossa saúde, primeiro porque tivemos que nos acostumar com a artificialidade dos prédios, ruas, e até parques ecológicos, pois somos seres naturais vivendo em locais artificiais. Sei que agora nos é comum viver nos centros urbanos, nas florestas de pedras, mas o homem como ser genuinamente natural, está vivendo num local artificial, e isto tem uma influência sobre ele, quer percebamos ou não. Segundo porque toda cidade tem suas características, crenças e economia, que acaba tendo certas exigências para os homens. Por exemplo, separa-se os ricos dos pobres, e os mais abastados tem construído muralhas, presídios luxuosos para se afastar dos perigos dos menos afortunados. Vivem de certa forma presos, com liberdade limitada, para proteger suas fortunas e integridade física. Outros, querendo ter acesso às riquezas, usam de meios marginais para alcança-las. Ambos sofrem, consciente ou inconscientemente, e a saúde como um todo acaba sendo comprometida.
A Organização Mundial da Saúde e a Eco-92 definiram como seria uma cidade saudável:
·         Ambiente físico limpo e seguro;
·         Ecossistema estável e sustentável;
·         Alto suporte social, sem exploração;
·         Alto grau de participação social;
·         Necessidades básicas satisfeitas;
·         Acesso a experiências, recursos, contatos, interações e comunicações;
·         Economia local diversificada e inovativa;
·         Orgulho e respeito pela herança biológica e cultural;
·         Serviços de saúde acessíveis a todos;
·         Alto nível de saúde.
Cabe perguntar novamente: nossa cidade está promovendo nossa saúde?
Por fim, gostaria de comentar rapidamente sobre a saúde na terceira idade, já que é o destino (ou a realidade) de muitos de nós.
Nos últimos anos, a expectativa de vida da população tem aumentado, e passou de 43,2 anos em 1950 para 73 anos em 2012, culminando num aumento considerável do número de idosos.
Vários fatores acometem a saúde na terceira idade, entre eles, doenças degenerativas, incapacitantes, vasculares, doenças nos aparelhos circulatório e respiratório, entre muitas outras. Sabe-se, contudo, que bons hábitos alimentares e exercícios físicos prolongam a capacidade funcional do idoso (capacidade de independência), e esta funcionalidade está associada também às características individuais e de fatores ambientais, ocupacionais e de estilo de vida. Alguns idosos desenvolvem até “projetos-doença”, como forma de continuar a ter contato com a comunidade e garantir a sobrevida.
Como se vê, saúde vai muito além de ausência de doenças, pois envolve várias “facetas” dos seres humanos, e, portanto, para a promoção da saúde total se faz necessário um conjunto de ações que vão desde uma Alimentação Saudável; Prática Corporal/Atividade Física (andar a pé, de bicicleta, estimular caminhadas e atividades físicas em geral); Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz; Promoção do desenvolvimento sustentável; até estímulo ao convívio social harmônico, bem-estar mental e espiritual, entre outros.
Então, como está sua saúde?


Noélton Panini de Sousa

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